O Bloco de Esquerda de Gondomar, ao mesmo tempo que manifesta o seu apoio intransigente na defesa do Rio Tinto, não pode deixar de apoiar e de apelar à ampla participação da população em mais uma iniciativa cidadã em defesa da herança patrimonial e histórica que representa o Rio Tinto e que se realiza no próximo dia 27 de Outubro.
O Bloco de Esquerda desde sempre, defendeu a manutenção de todo o espaço público, como um espaço de tod@s e para tod@s.
A atenção prestada hoje em dia ao património exige, mais do que uma verificação, a intervenção da sociedade.
Por ser um tema revelador incontestável do estado da sociedade e das diversas vertentes que nela coexistem, exige de todos nós uma reflexão e intervenção constantes.
É preocupante verificar que hoje, como sempre, são os agentes políticos dominantes que desprezam cada vez mais os espaços patrimoniais classificando-os como de não interesse público, insignificantes, chegando mesmo a decisões unilaterais de destruição do mesmo. Do que acabamos de dizer existem, infelizmente, sobejos exemplos no Concelho de Gondomar, a começar pelo próprio Rio Tinto, poluído e parcialmente entubado há décadas, perante o desprezo e a inércia política dos interesses instalados.
A Casa de Gramido é outro exemplo gritante: recuperada com dinheiros públicos há pouco mais de 4 anos, tendo sido cedida através de negócios no mínimo duvidosos levados a cabo pela autarquia, encontra-se actualmente em completo estado de degradação. É ainda o caso das minas de S. Pedro da Cova, poluídas com um aterro de inertes altamente lesivos da saúde pública e ambiental. E muitos outros exemplos poderiam ser citados por todo o Concelho de Gondomar.
O paradigma que se instalou nos órgãos camarários, é o de um aproveitamento do património para usufruto e benefício do grande capital, através de contractos em prol da destruição do bem público, sendo disso exemplos evidentes o que se passa com a Casa de Gramido e as empresas municipais privatizadas a bel prazer e sem o acórdão popular, ou seja, as grandes negociatas com os amigos do arco da governabilidade que saem a lucrar com esta alegoria do abandono, do desuso e destruição, arrasando por completo todos os factores de identidade e interação de uma comunidade.
Por isso não interessa às Câmaras Municipais, promover qualquer restauração, requalificação, intervenção e conservação, ou mesmo a aprovação de um PDM que evite a destruição do nosso património ambiental e urbanístico. O esquecimento de regras basilares em relação aos espaços patrimoniais significa contribuir para a destruição do bem público, bem como das nossas memórias e ligações históricas enquanto sociedade.
O Bloco de Esquerda de Gondomar, defende uma política que esteja na vanguarda pela defesa de todo o nosso património ambiental e urbanístico, na luta por uma cidade viva e dinâmica, por uma ocupação dos espaços arquitectónicos e ambientais contribuindo assim para um desenvolvimento social mais saudável e duradouro.
Por tudo isto, o Bloco de Esquerda de Gondomar apoia a iniciativa cidadã em defesa do Rio Tinto.